terça-feira, 20 de julho de 2010

Pensando nos pensamentos...





















... Os pensamentos na verdade surgem, na maioria das vezes, em momentos de desventuras. Momentos dois quais nos refugiamos em nossos “iglus” imaginários nos remetendo ao encontro com nosso subconsciente. O que carinhosamente denominamos de eu interior. A figura do “solitário” torna-se propício em momentos de reflexão. Precisamos nos excluir do externo, do ativo, do cotidiano propriamente dito, para analisar o conjunto de nossa obra. Análise, palavra chave quando cortamos o cordão umbilical com o Mundo e iniciamos a julgar capciosamente nossos atos e “desatos” perante a vida.

É fascinante como passado, futuro e presente (não necessariamente nessa mesma ordem) são equivalentes em nossas viagens pela superfície do planeta cérebro. Unimos dezenas de episódios que aconteceram, acontecerão e acontecem em nossa trilha diária do viver. Relembramos nossos sonhos, nossos anseios, nossas vitórias, nossas “ilustres” derrotas. Mas por ironia da saga humana, em nossas reflexões, sobre saem nossas formulações errôneas, deformidades, imperfeições, ou seja, parece que enclausuramos nossas virtudes e focamos em nossas falhas.

Acreditamos que buscando as distorções do sensato, alcançaremos a perfeição do adequado. Sendo que perfeição é algo que, desde os primórdios é buscado pelos povos, e cada vez mais se caracteriza por um “ser” inexistente. Temos nosso corpo invadido pelo sentimento de cobrança e de forma pretensiosa, iniciamos o fardo perfeccionista

Mas afinal, o que seria de nós sem as fatídicas requisições em nossas ponderações? O que seriam das turnês pelo córtex encefálico, sem nossos conflitos temporais? O que seriam de nossos esconderijos ilusórios, sem nossos motins com o mundo real? O que seriam de nossos pensamentos, sem a antítese de certo e errado, rondando eternamente e minuciosamente nossas vidas? As interrogações se tornam exclamações quando, percebemos que os deslizes são meros acasos para que cada vez mais, mesmo que de forma quase imperceptível, nos tornemos melhores seres humanos.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

cansaço...

Eu cansei de ser mascote da tua ilusão

Cansei de sustentar a doce sensação

Que cada dia me queria mais um dia, todavia não podia.

Eu cansei de delatar meu coração

Cansei de dilatar tua paixão

Que gradativamente reduzia em proporção à que eu aquecia

Eu cansei de persuadir a sua tentação

Cansei de investir nesse quinhão

Que congelava, estremecia, sucumbia a qualquer forma que eu agia.

Então por que da luta, entrega, loucura e paixão

Então por que da dedicação, palavras, calor e paixão

Então por que da investida, compreensão calafrios e paixão

Então por que da paixão, loucura e paixão e loucura...

terça-feira, 13 de julho de 2010

31 de dezembro

- ando chateado com o mundo...

por que nossos sonhos não se realizam?
por que não conseguimos demonstrar quem realmente somos?


- ando chateado com as pessoas...

por que nós não nos unimos?
por que não expressamos nossos íntegros sentimentos?


- ando chateado com a mentira...

por que ela é inventada?
por que ela machuca as pessoas?


- ando chateado com a verdade...

por que ela é tão rara?
por que ela machuca as pessoas?


- ando chateado com as palavras...

por que elas sempre nos faltam?
por que ela não exprimem o que sentimos?


- ando chateado com os sentimentos...

por que eles se misturam?
por que eles divergem-se?


- ando chateado com o amor...

por que ele nos faz ficarmos chateados com o mundo, com as pessoas,
com as mentiras, com as verdades e com os sentimentos?


- ando chateado com as perguntas...

por que elas sempre nos trazem mais delas mesmas?
por que ela tem inúmeras interpretações?


- ando chateado com as respostas...

por que remete-me a realidade e perco o "apetite" de escrever.





segunda-feira, 12 de julho de 2010

Um parágrafo sobre a vida




















A vida é...

A vida é um ciclo reciclável de ideais que compreendemos os nossos figurativos desejos, sonhos e receios da constante metamorfose que é o cotidiano ao nosso redor. Convivemos com dezenas de fatos e informações que nos fazem refletir e discernir a oposição entre certo e errado, verdades ou mentiras, loucura ou insensatez. Pois, desta forma traduzimos o caminho para chegarmos próximos do que realmente venha ser o que intitulamos de seres humanos.

domingo, 11 de julho de 2010

Silêncio Ensurdecedor










Por mais que eu fale, eu não consigo emitir sons. As minhas palavras não fazem parte do dicionário original ou o dicionário do cotidiano, e, as minhas frases que são compostas por essas palavras se tornam códigos indecifráveis. Mesmo os diálogos que são a harmonia da diversidade da fala, se tornam comuns demais diante a minha e assim, acabam por criar barreiras sonoras para meus “dizeres”.

As vibrações de minhas cordas vocais criam melodias enigmáticas demais, e acabam por serem classificadas como nostálgica ou pura e simplesmente sendo ignoradas. Levando assim, cerca de uma dúzia de músculos da laringe entrarem em conflitos existenciais e tornando a língua, os dentes e os lábios meros instrumentos desafinados. É criada em mim uma “gagueira mental” que constantemente e cada vez mais intensamente impõe obstáculos aos meus brônquios e gradativamente confisca meu ar retirando assim as letras de minhas palavras.

O que eu digo parece mergulhar no vazio... no vazio das pessoas... ou melhor ...desvendar esse território que é escondido por elas mesmas. Na verdade ninguém se interessa em conhecê-lo, elas fingem serem completas e fortes e que estão imensamente satisfeitas com o cotidiano, satirizam tudo o que é diferente, viram as costas para a verdade para o seu próprio presente. São esses atos que se transformam em tijolos para a construção das tais barreiras que me remetem a um silêncio ensurdecedor. Dizem que barreiras são para serem quebradas, mas por outro lado, barreiras quebradas também não são para serem repostas?! Esse Ciclo parece desafiador, mas em contrapartida torna-se um ciclo exaustivo, que devasta de maneira dissonante a escrita de minhas partituras intelectuais. E, por mais que eu troque meus encordoamentos, eu não me enquadro nas afinações do mundo ao redor, tal engajamento seria necessário que eu fizesse uma derivação regressiva de meus pensamentos, abandonasse minhas composições, encurtasse minhas sinfonias e esquecesse as duas “coisas” que realmente me fazem sentir vivo: meu eu interior e meus pensamentos.

È fato que o tempo sara as coisas, mas demonstram muitas outras sem previsões de cura. Quanto mais ideais são considerados irrelevantes perante a sociedade, mas meu córtex cerebral é abastecido por massa cinzenta regada com minhas idéias que regem com total relevância os movimentos do meu corpo ele por sua vez torna-se maestro da árdua tarefa de facilitar a minha comunicação com tudo mais que está em minha volta. Tudo mais que incluem objetos, o trânsito, o trabalho, a poeira, a exclusão, resumindo, a obra dos humanos seres (lembrando que nem sempre essa recíproca é verdadeira).

Talvez as hipotecas dos lotes na Área de Wernicke estejam superfaturadas e eu ainda estou em processo de negociação da compra, ou na verdade sou um dos poucos no mundo (fora de cogitação em ser o único) que a conhecem e fazem questão de construir e reformar nossos edifícios nesse dia-a-dia inglório. Inglório, pois por maiores que sejam nossas glórias elas não se tornam grandiosas o suficiente para mover uma molécula de arrogância dos invejosos arrogantes, essa “espécie” que é extremamente predatória.

Bem, essa pode ser a minha provável sina, pois, acredito que todos tenham uma missão e todos tenham uma sina, sem esoterismos, minha missão: enxergar a verdade; minha sina: não ser ouvido. Demorei a perceber realmente qual era minha missão aqui, já que minha sina praticamente anula quaisquer tipos de “heroísmos coletivos”. Porém, minha missão faz parte de uma luta bárbara entre meu eu interior e meu protecionismo egocêntrico: será realmente que eu nasci neste mundo somente para saber a verdade sem poder compartilhar com os outros? Minha missão é tão pequena a tal ponto que irei levá-la ao túmulo e ninguém reconhecerá a sua descoberta feita por mim? Enxergar a verdade somente isso que eu me dedicarei diariamente?

Perguntas... Foi então que percebi que minha vida não se baseia em perguntas e sim em respostas. Quantos buscam respostas ao longo de sua vida e no leito de sua morte o que resta são mais incógnitas. Percebi que possuía o dom de lidar com as respostas, e essa era minha arma crucial na hora de enxergar a verdade. A minha missão é considerada faraônica, pois por mais que você queira a verdade o ”meio“ lhe mostra uma alternativa, a verdade deles, e acreditem, todos caem, pois o “meio” comprovadamente corrompe.

Eis que surge para mim a minha verdade, a única verdade que eu ainda não compreendera. Aquela que age como ponto de ebulição do meu sangue, faz borbulhar minhas células, causa erupção nas minhas artérias ajusta completamente meu aparente aparelho circulatório. Nitidamente percebo que o abismo em que agora me encontro é sinônimo da imensidão do conteúdo que possuo!